The Rocky Horror Picture Show
Por: Marina Rodrigues
Direção
Jim Sharman
Produção
Michael White
Baseado na peça
The Rocky Horror Show
de Richard O'Brien
Estrelando
Tim Curry como Dr. Frank N. Furter
Susan Sarandon como Janet Weiss
Barry Bostwick como Brad Majors
Richard O'Brien como Riff Raff
Patricia Quinn como Magenta
Nell Campbell como Columbia
Jonathan Adams como Dr. Everett V. Scott
Peter Hinwood como Rocky Horror
Meat Loaf como Eddie
Charles Gray como O Criminologista
Jeremy Newson como Ralph Hapschatt
Hilary Labow como Betty Hapschatt (née Munroe)
Distribuído por
20th Century Fox
Data de lançamento
14 de Agosto de 1975
Tempo
100 minutos
País
Reino Unido
Estados Unidos
Com uma narração à Lá Vicent Price e uma vibe meio Pop
Poe, The Rocky Horror Picture Show é uma das obras primas do cenário trash
underground dos últimos 40 anos.
Causando um furor inigualável desde seu
lançamento em 1975, TRHPS deu o que falar, o filme foi banido na África do Sul
durante várias semanas após seu lançamento nos cinemas locais pelo Conselho de
Censura local, estreiou no Brasil cinco anos depois de seu lançamento, não
sendo bem recebido. O filme costuma ser exibido em sessões da meia-noite, em
que não há programas de censura. Em um cinema em Munique está em cartaz desde
seu lançamento, alcançando o recorde mundial de maior tempo de permanência em
uma sala de cinema.
Uma ofensa aos mais conservadores,
mas um hino para os socialmente excluídos, que ficam à margem de uma sociedade
hipócrita em que os filmes precisam ser de moralismos intensos. Contemporâneo
de Laranja Mecânica, lançado em 1971, abalou as estruturas dos padrões
conhecidos de Hollywood.
A história se passa em um cidadezinha
pitoresca tipicamente norte americana, em que dois adolescentes, mais do que
estereotipados e saídos diretamente dos filmes de terror da época, são postos
da maneira mais clichê possível dentro de um castelo assombrado repleto de
figuras um tanto quanto excêntricas, um criado a lá Victor Frankenstein, uma governanta
nada convencional, uma Groupie — sim, uma Groupie — com voz uma voz a lá Cindy
Lauper e um cientista travesti vindo do planeta Transexual, na galáxia de
Transilvânia. O que deveria ser apenas uma visita ao laboratório de seu querido
professor Dr. Everett Von Scott, acaba se transformando numa jornada de auto
conhecimento e descoberta sexual para Brad Majors e sua noiva Janet Weiss,
quando descobrem os planos de Frank N' Furter em criar um homem que satisfaça a
seus desejos, nomeado Rocky.
The Rocky Horror é uma sátira muito
bem bolada dos filmes B e da ficção científica. A famosa Double Feature,
mencionada na música de abertura do filme, faz tributo a filmes como Flash
Gordon, O dia em que a terra parou, O homem invisível, King Kong, Doctor X,
Drácula, Tarântula e muitos outros.
Esse cult dos cults dos
renomados filmes trash não foi só um "Boom" na cara dos mais
conservadores e defensores dos valores e dos bons costumes, como foi decisivo
no desenvolvimento da moda da música Punk: cabelos coloridos, meia-calças
rasgadas, corseletes. Com suas fishnets e seus batons nada casuais, Dr. Frank N
Further não é realmente o esperado de um protagonista Hollywoodiano, mas ao
contrário disso, um anti-herói que, mesmo nesse papel, tornou-se o personagem
mais querido dessa peça única da sétima arte.
Se me perguntarem a
fórmula do filme? Uma sátira, musical e comédia com pitadas de terror e ficção
científica. Então tira os pais e avós da sala, te despe dos teus preconceitos,
faz uma pipoca e assista esse must see do cinema trash dos anos 70.
Atenção, a partir daqui contém spoilers
Agora vamos falar
das famosas exibições de The Rocky Horror Picture Show nos cinemas ao redor do
mundo — como vemos no filme "As Vantagens de Ser Invisível", em que o
personagem principal trabalha numa dessas exibições. Não conhece? É assim,
deixa eu te explicar, já ouviste a frase "A primeira vez a gente nunca
esquece"? Então, essa frase nunca fez tanto sentido em TRHPS.
Virgem, assim é
como és nomeado na primeira vez que vais numa dessas exibições — isso mesmo que
já tenhas assistido ao filme milhares de vezes. As pessoas vão vestidas de seus
personagens preferidos, falam com os personagens na tela — e no palco também,
com atores de verdade! — e jogam vários objetos interativos durante o filme.
Comumente os cinemas possuem seus próprios rituais para os "virgens",
como subir ao palco para dançar e mais alguns "micos".
Aqui vai a lista dos
objetos interativos que tens que levar nas exibições (claro que vai variar de
cinema para cinema, não esqueça que cada ambiente tem suas regras) ou que podes
usar numa sessão com amigos na sala da tua casa mesmo:
- Arroz: no começo do filme tem o casamento do Ralph Hapchatt e da Betty Munroe. Enquanto os noivos saem da igreja, você deve jogar arroz junto com os convidados da festa.
- Jornal: quando Brad e Janet são pegos pela tempestade, Janet sobre sua cabeça com o jornal "Plain Dealer". Nesse ponto, você deve igualmente cobrir sua cabeça.
- Pistolas de água: são usadas pelos membros da audiência para simular a tempestade em que são pegos Brad e Janet. (Entendeu o porquê do jornal?)
- Velas, lanternas, luz de celular: durante o verso "There's a light" da música "Over at the Frankenstein place", você deve acender a luz do objeto que levaste.
- Luvas de borracha: antes e depois do discurso do Dr. Frank N Furter, ele estala sua luva três vezes. Mais tarde, Magenta puxa a luva de suas mãos. Você deve estalas suas luvas ao mesmo tempo para criar um som de efeito na sessão.
- Coisas para fazer barulho: ao final do discurso, o Transilvânianos respondem com aplausos e barulhos. Você deve fazer o mesmo.
- Confetti: no final da música "Chales Atlas Song reprise", os Transilvânios jogam confetti em Rocky e Frank, que estão indo para o quarto. Você também deve fazê-lo.
- Papel Higiênico: quando o Dr. Scott entra no laboratório, Brad fala "Great Scott!", nesse ponto, você deve jogar rolos de papel higiênico no ar. (Aqui há um choque cultural, pois o significado dessa parte é que nos Estados Unidos os papéis higiênicos são de uma marca chamada "Scott").
- Torrada: quando o Frank propõe um drink, os membros da audiência devem jogar uma torrada no ar. (Outro choque cultural, pois "propor um drink" e "torrada" significam "toast", uma mesma palavra, mas que varia de significado de acordo com o contexto. Uma dica de variação para o Brasil seria levar copos e os erguer no ar na hora do drink.).
- Chapéu de festa: na mesa do jantar, quando Frank coloca o chapéu de festa de aniversário, você deve fazer o mesmo.
- Sino: durante a música "Planet Schmanet Janet", toque o sino quando o Frank canta "Did you hear a bell ring?" (Você ouviu o sino tocar?). (O barulho de Chaves também podem fazer o mesmo efeito).
- Cartas de baralho: durante a canção "I'm Going Home", Frank canta "Cards for sorrow, cards for pain". Você deve fazer uma chuva de cartas.
No mais, como o Dr. Frank N Furter diria...Just Give Yourself Over To Absolute Pleasure*